Alagarta do cartucho do milho, Spodoptera frugiperda é considerada a mais importante praga da cultura no Brasil, devido aos elevados prejuízos econômicos, rápido desenvolvimento e a grande diversidade de hospedeiros, possibilitando assim sua rápida disseminação e multiplicação.
A praga está distribuída pelo continente Americano, em especial nas regiões de maior temperatura, e em diferentes países da África. Foi registrada também na Ásia, na Índia, e recentemente formalizada sua ocorrência na China. No Brasil, a praga pode ser encontrada em todas as regiões produtoras de milho.
MILHO
TRIGO
ARROZ
SOJA
TOMATE
Principais culturas atacadas pela Spodoptera frugiperda.
A praga apresenta desenvolvimento completo, ou seja, durante seu ciclo de vida passa por quatro fases distintas de desenvolvimento, sendo estas: ovos; lagartas; pupas e adultos. Os danos econômicos são ocasionados pelas lagartas e os adultos são os responsáveis pelo acasalamento, realização das posturas e consequente disseminação dos insetos nas lavouras.
Ciclo de vida Spodoptera frugiperda.
Após um período de 3 a 5 dias, de acordo com a temperatura do ambiente, nascem (eclodem) as lagartas que irão iniciar a alimentação nas folhas do milho. Inicialmente, as lagartas são de tamanho reduzido e, durante a alimentação, fazem a raspagem nas folhas, sintoma este muito característico do ataque da praga na lavoura. Com o passar do tempo e seu maior desenvolvimento, estas aumentam de tamanho e iniciam a perfuração das folhas de milho e se direcionam para a região do cartucho das plantas, sendo seu local preferido para o desenvolvimento e abrigo. Esta fase larval dura em média de 14 a 22 dias. Ao término do desenvolvimento, as lagartas se transformam em pupas, e com cerca de 7 a 13 dias, darão origem a novos adultos e o ciclo se reinicia.
Os danos da praga na cultura, especialmente quando ocorridos no início do desenvolvimento das plantas e, em especial, quando atingem a região do cartucho, podem apresentar elevados prejuízos econômicos, que segundo a literatura, podem variar de 20 a 60% de redução da produtividade agrícola. Além dos danos nas folhas, a S. frugiperda pode atacar também a espiga da planta. Em regiões onde o cultivo de plantas hospedeiras se sucedem, lagartas maiores, em estágio avançado de desenvolvimento, podem migrar para plantações vizinhas em estágio inicial de crescimento, e ocasionar o corte e morte de plantas jovens.
A lagarta de Spodoptera frugiperda.
O manejo integrado da lagarta-do-cartucho do milho
Entre as diferentes estratégias para o controle de Spodoptera frugiperda no milho, destaca-se a possibilidade da adoção dos métodos de controle químico; do uso de plantas geneticamente modificadas (expressando proteínas Bt) e do controle biológico, este último com a adoção de diferentes inimigos naturais, como o parasitoide de ovos Trichogramma e o Baculovírus Spodoptera, biopesticida para o uso no controle de lagartas da praga. A associação destes dois inimigos naturais no controle da praga tem apresentado expressivo aumento na demanda pelos produtores, auxiliando em muito no MIP da cultura do milho.
Trichogramma parasitando ovos de Spodoptera frugiperda.
Em relação a adoção do controle químico de S. frugiperda é essencial a escolha e utilização de inseticidas seletivos aos inimigos naturais, bem como se atentar para a eficiência na decisão do momento e da tecnologia de aplicação do produto químico, garantindo que a pulverização da lavoura permita a efetiva redução da população da praga. Em casos de alta infestação e falhas quanto ao monitoramento e aplicação do produto químico, e em especial, nas situações em que a praga encontra-se alojada na região do cartucho das plantas, menores índices de eficiência de controle poderão ser observados. Neste sentido a adoção conjunta do uso de inseticidas químicos com o cultivo de plantas geneticamente modificadas, as plantas Bt, apresentam uma melhora na eficiência de controle e redução dos danos acarretados pela praga.
Dentro do contexto de MIP, a cultura do milho tem demonstrado a importância desta adoção de diferentes ferramentas para o controle de pragas, e neste sentido, o aumento considerável do uso do controle biológico de S. frugiperda, com a adoção do parasitoide de ovos Trichogramma e da pulverização do Baculovirus Spodoptera tem destacado a mudança do panorama do controle de pragas ocorrido nas ultimas décadas no Brasil, com a importante participação e comercialização dos produtos biológicos em grandes áreas cultivadas com culturas de grande interesse econômico ao país.
Desta maneira, os produtores possuem duas eficientes alternativas de agentes de controle biológico, sendo a liberação de Trichogramma direcionada ao controle da fase de ovos da lagarta-do-cartucho, e a pulverização do Baculovírus Spodoptera para o combate de lagartas.
A associação destes métodos de controle tem se destacado como o pilar para o MIP da lagarta-do-cartucho no milho e garantido aos produtores a manutenção do potencial produtivo de suas variedades cultivadas e de seu manejo agronômico adotado.
As pesquisas e o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos comerciais na PROMIP continuam, e a vasta experiência da empresa, aliado ao seu DNA de inovação, reforçam o comprometimento e o engajamento do time da PROMIP, não só com o MIP, mas com a agricultura e os agricultores no Brasil.