Percevejo verde pequeno ​da soja – ocorrência e danos

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O Brasil está em segundo lugar em termos de produção de soja e primeiro lugar em exportação, esses números expressivos se dão devido ao amplo território nacional e por ter áreas produtoras do Sul ao Norte do país. O Estado de São Paulo vem a cada ano aumentando as áreas cultivadas com soja, sendo em áreas de reforma de cana-de-açúcar ou que antes eram ocupadas pela citricultura.

Com o aumento das áreas produtoras também aumentam os problemas com pragas, com destaque para os percevejos fitófagos (Hemiptera, Pentatomidae) Nezara viridula, Euschistus heros e Piezodorus guildinii consideradas as mais importantes. O percevejo verde pequeno (Piezodorus guildinii), apresenta distribuição cosmopolita, porém os maiores relatos de danos causados por esta praga ocorriam na região Sul, mais especificamente no Rio Grande do Sul. No entanto, este cenário tem mudado nas últimas safras e está praga tem ocorrido com maior frequência nas demais regiões do país.

​Ocorrência

Piezodorus guildinii diferente do Euschistus heros, não entra em diapausa, sobrevive na área em plantas hospedeiras como o feijão, alfafa, ervilha, crotalárias, guandu, anileiras, entre outras. Na cultura da soja completa até três gerações, e quando se desloca para hospedeira como as anileiras pode completar mais duas gerações. A infestações geralmente ocorrem das bordaduras para o centro das áreas de plantio, durante o período vegetativo da soja, saindo das áreas de pousio ou de talões adjacentes. Quando as plantas entram na fase de enchimento de grãos a cultura se torna mais adequada para o desenvolvimento do inseto, aumento rapidamente sua população.

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Ciclo do Piezodorus guildinii.

Danos causados pelo percevejo verde pequeno

O percevejo verde pequeno se alimenta da cultura da soja desde o início do florescimento até o final do ciclo da cultura, e entre os pentatomídeos que a atacam a cultura o Piezodorus guildinii é o que causa os maiores danos. Devido ao seu   comportamento de inserção e retida do estilete, este inseto causa danos mais severos na parede celular. Se alimentam desde hastes, ramos, vagens e grãos. Quando o ataque desta espécie ocorre em hastes e ramos, gera um distúrbio fisiológico na planta fazendo com que as hastes e ramos permaneçam verdes e as vagens secam, fenômeno conhecido como “soja louca”. O ataque em vagens e grãos, pode ocasionar o abortamento de vagens e grãos, reduzir o teor de óleo, perda de vigor das sementes, retardamento da maturação, e transmissão de patógenos como o fungo Nematospora corily.

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“Soja louca”.

Controle de Piezodorus guildinii em soja

O controle deve ser realizado, quando for encontrado dois percevejos adultos ou duas ninfas de 3 a 5 instar por pano de batida em áreas de produção de grãos ou 1 adulto ou 1 ninfa de 3 a 5 instar para áreas de produção de sementes. Pode ser realizado através de rotação, evitar o plantio de leguminosas após a colheita da soja e eliminação de plantas daninhas hospedeiras e o controle químico, o qual deve ser preferencialmente com produtos seletivos aos inimigos naturais.

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Pano de batida.

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